O Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) acaba de emitir uma nova resolução, em que prevê um novo símbolo para representar os cidadãos mais velhos em placas e sinalizações urbanas. No lugar do boneco curvado para frente, apoiado em uma bengala, veremos logo menos um desenho mais adequado à realidade: um boneco ereto, sem bengala, apenas acompanhado do sinal 60+. Podemos dizer que é um avanço para o Brasil, que terá a quinta maior população idosa do mundo até 2050.
A iniciativa é um passo importante no que chamo de cultura de envelhecimento – um assunto urgente – além de uma bela contribuição para eliminar o estigma de que idosos são frágeis. Como sempre digo em minhas palestras e conteúdos, nem todas. A velhice é individual. Há pessoas frágeis, assim como há pessoas 60, 70, 90+ que nunca cogitaram usar uma bengala.
Vale lembrar que o termo “idoso” é uma convenção, que muda de país para país, e existe apenas para a organização da sociedade em termos de políticas públicas e acesso a serviços, como o plano de saúde, ou benefícios a exemplo da aposentadoria. Ou seja, ser 60+ ou 60- não significa NADA além disso.
Placas novas: prazo de até 5 anos para a mudança
A decisão do CONTRAN impõe que todas as placas em território nacional sejam trocadas em até 5 anos. Logo veremos nos estacionamentos, ruas e vias públicas um símbolo mais atual da longevidade.
No município de Suzano, Região Metropolitana de São Paulo, a substituição já foi iniciada. Segundo reportagem publicada no site de notícias G1, a prefeitura pretente concluir a troca de sinalização. Das 96 vagas destinadas a pessoas 60+ no município, 12 já são do modelo novo. O plano é que até o final de 2023 todas as placas antigas deem lugar às novas.
Filas, assentos e serviços devem ser os próximos
Nesse embalo, a Comissão de Cidadania e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou em outubro um projeto de lei – a ser votado pelo plenário – que propõe alterar o símbolo que representa idosos também em assentos de transportes públicos, filas e outros serviços públicos e privados. Quem está à frente da proposta é o deputado Martins Machado (Republicanos).
Modelos de placas que ainda são utilizados no Brasil e no mundo
Modelo conceitual, por designers no Reino Unido e publicado no The Telegraph
