Para além das apostas em relação à brasileira Anitta, as notícias a respeito da mais recente edição do Grammy mostraram nuances animadoras: a presença de mais cabelos grisalhos entre mulheres indicadas.
No mesmo tapete vermelho pelo qual passou a cantora e compositora Judy Collins, 83 anos, estava um dos símbolos do estilo country, Ashley McBryde, 39 anos. Ambas com os fios brancos livremente à mostra.
Em looks modernos e cortes repicados, a produtora musical Elaine Martone e a compositora Laura Veltz, 42 anos, também chamaram a atenção pelo mesmo motivo.
Antes associados a descuido ou símbolo de envelhecimento, os fios brancos cada vez mais ganham um novo sentido para o público feminino: o de libertação.
“Houve uma mudança de comportamento das consumidoras buscando produtos para cabelos grisalhos. Enxergamos isso nos resultados, com um aumento de dois dígitos na venda de itens específicos para cabelos grisalhos”, declarou Debora Maciqueira, executiva da L’Oréal, em entrevista à Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos.
No Brasil, depois do boom de famosas que passaram a não mais tingir os brancos, como Gloria Pires, Fafá de Belém, Carla Vilhena e Renata Vasconcellos, a atriz Samara Felippo, 44 anos, foi o mais recente alvo de críticas por exibir o visual longo e prateado.
“Meus cabelos brancos são uma rebeldia”, respondeu a atriz ao UOL.
Cortisol em falta acelera o envelhecimento
Todo mundo o conhece como o “hormônio do estresse”, que causa problemas cardiovasculares e depressão. Pesquisa conduzida pelo American Journal of Geriatric Psychiatry aponta que, do outro lado da equação, níveis muito baixos de cortisol também trazem prejuízos.
Quando muito em baixa, levam ao aumento de processos inflamatórios ligados ao envelhecimento, com danos em especial ao humor e à cognição em pessoas mais velhas. O estudo investiga a relação entre estresse e envelhecimento.
“O campo da pesquisa sobre estresse e envelhecimento está prestes a se tornar relevante para a disseminação do conhecimento sobre fatores de risco e proteção para transtornos cognitivos e de humor na longevidade”, antecipa Helen Lavretsky, do Departamento de Psiquiatria e Ciências Biocomportamentais, Universidade da Califórnia, em Los Angeles.
A chave agora, portanto, é manter o cortisol no zero a zero. Valendo.
#DIZEM
“Ninguém fica falando isso para os caras, né? ‘Nossa, como você está gato com 50 anos’. Isso é sociedade antiga, é um pensamento velho.”
Alessandra Negrini, 52 anos, em entrevista à revista Quem
Aprendiz “salva” apresentadora veterana de TV
Estrelada por Emma Thompson, 63 anos, a comédia Talk Show – Reinventando a Comédia (2019) conta a história de uma veterana apresentadora de show noturnos, Katherine Newbury, que, com o passar dos anos, passa a lidar com quedas bruscas de audiência e corre o risco de perder seu programa.
Conhecida por ser uma mulher que odeia mulheres e ter apenas homens em sua equipe, a personagem se vê obrigada a contratar uma assistente.
Interpretada por Mindy Kaling, que também assina o roteiro do filme, Molly quer provar que não está apenas ocupando uma cota e promove mudanças inesperadas.
Caso você reconheça Molly de algum lugar, sim, é ela mesma: a hilária Kelly Kapoor, da versão americana da série The Office.
Leve, o filme convida a uma reflexão sobre dois temas ao mesmo tempo: diversidade e intergeracionalidade.
Disponível no Netflix.
Casa de repouso na Suécia tem lojinha de sex toys
Na pequena cidade sueca de Broby, com cerca de 3.500 habitantes, 56 pessoas são residentes do lar Lindgården. A casa de repouso para o público 65+ conta com um programa de bem estar sexual que inclui acesso a cremes e lubrificantes, dildos, bombas penianas e anéis penianos, além de plaquinhas de “não perturbe” para pendurar na porta.
Os itens de prazer sexual ficam na chamada Cesta do Desejo.
Segundo a diretora do estabelecimento, Liselott Klang, o objetivo do programa é permitir que “o indivíduo continue sendo um indivíduo”, mesmo quando se muda para uma casa de repouso.
Quando uma nova pessoa chega, cuidadores treinados em sexologia propõem uma discussão informal sobre intimidade e desejo.
“O conselheiro conversa com o novo morador e faz algumas das perguntas que estabelecemos sobre saúde sexual”, explica a diretora. Ela diz que os residentes têm mostrado reações positivas, apesar de certa timidez.
Anteriormente, ela conta que os funcionários não se sentiam à vontade quando flagravam um residente se masturbando, por exemplo. Com o treinamento da equipe, quebra-se o tabu em torno da vida sexual de pessoas adultas longevas.
Reportagem: Pedro Braga
Tecnologia: Ivan Carlos
Banco de imagens: Freepik
Mariana Mello é jornalista e idealizadora do Maturidades, iniciativa independente de conteúdo voltada à cultura de longevidade. Tem 42 anos e fala sobre envelhecimento sem noias. Está com o ácido hialurônico e o filtro solar em dia. Já o colágeno, nem tanto. Email: mariana@maturidades.com.br