Um semáforo de pedestres sincronizado com o caminhar mais lento. Uma porta de metrô que não fecha tão rápido. Rampas, corrimãos e barras de apoio no mobiliário urbano. No ônibus, um letreiro fácil de enxergar. Estas são apenas algumas das muitas recomendações sugeridas pelo Guia Global: Cidade Amiga do Idoso.
Criada pela Organização Mundial da Saúde, a publicação traz também bons exemplos já praticados em outros países, como lojas que oferecem cadeiras de rodas a clientes e estabelecimentos comerciais que oferecem bancos e assentos para quem precisa descansar. Outro ponto interessante citado no material é a importância da preservação do comércio local de rua, muitas vezes centrais na vida social de idosos.
No Brasil, 6 cidades têm implementado medidas importantes para se adaptar a esse novo cenário demográfico, recebendo da OMS a certificação internacional de Cidade e Comunidades Amigáveis à Pessoa Idosa. São elas: Porto Alegre, Esteio e Veranópolis, no Rio Grande do Sul; Pato Branco, no Paraná; Balneário Camboriú, Santa Catarina; e Jaguariúna, em São Paulo.
Grafiteiros acima dos 65 anos ganham as ruas de Portugal
Mais uma vez a frase “você está velho para isso” mostra que precisa se aposentar. Idealizado pela plataforma de intervenção artística Mistaker Maker, em Lisboa, o LATA 65 (@lata_65) é um projeto de arte urbana e grafite dedicado exclusivamente a pessoas acima dos 65 anos. Sob a liderança da arquiteta Lara Seixo Rodrigues, a iniciativa tem como missão despertar e motivar pessoas mais velhas ao contato com algo novo, que geralmente está associado ao universo jovem.
Ao longo dos workshops, que contaram com a parceria de marcas como Fiat, Youtube e National Geographic, o aluno estuda história da arte urbana, cria seu próprio estêncil e sai às ruas para colocar o aprendizado em prática. Criado em 2012, o projeto completou 10 anos tendo passado por diversas cidades portuguesas, além de países como Espanha, Estados Unidos, Inglaterra e Brasil (São Paulo). No total, foram mais de 700 pessoas – a mais velha, 102 anos – grafitando muros. E, claro, se divertindo.
Calor na menopausa: medicamento é aprovado nos EUA
Se homens fizessem mamografia todo ano, certeza que já existiria uma técnica indolor para o exame. O mesmo ocorre com as ondas de calor que atingem 75% das mulheres em processo de menopausa. Provavelmente já haveria um medicamento eficaz para conter o sintoma – fecha o parênteses feminista.
A boa notícia, divulgada no The New York Times, é a aprovação de um novo medicamento não hormonal específico para tratar os fogachos. Com o aval da Food and Drug Administration (a Anvisa americana), o ezolinetante, vendido com o nome comercial de Veozah, veio para aquecer as esperanças. A fabricação é da farmacêutica japonesa Astellas.
No Brasil, ainda não existem remédios específicos para tratar as ondas de calor sem que envolvam as vias hormonais. De forma off-label, ou seja, diferente do que indica a bula, costumam ser prescritos antidepressivos, anticonvulsivantes e anti-hipertensivos para aliviar estes e outros sintomas da menopausa.
Brasileiros mais velhos se sentem invisíveis na mídia
A futura maioria da população brasileira – a longeva – não se sente representada na comunicação. Este é o diagnóstico divulgado na pesquisa A Revolução da Longevidade, realizada pela agência de publicidade AlmapBBDO em parceria com o instituto de pesquisas Ipsos. De acordo com o estudo, pessoas mais velhas se sentem invisíveis e desconsideradas nas propagandas.
A agência ouviu 1.055 pessoas das classes A, B e C, de todas as regiões do Brasil, entre 20 e 85 anos. Se por um lado o diagnóstico é ruim, vejamos o lado positivo: quem primeiro atualizar os conceitos sobre envelhecimento e longevidade sairá na frente.
Por onde começar? Nosso palpite: incluir pessoas acima dos 50 anos em redações jornalísticas, nas equipes de criação em agências de publicidade, na seleção de modelos para campanhas e nos departamentos de marketing. Em terra de 30 milhões de pessoas acima dos 60 anos, quem tem um time maduro é rei.
Startups para morrer melhor
Healtech, edutech, fintech. Todas estas você conhece. Mas que tal imaginar que, em algum momento, seremos todos clientes de uma deathtech? As startups voltadas à finitude crescem cada vez mais: o mercado global deve chegar a US$ 189,8 bilhões em 2023.
Presente no Web Summit Rio, evento de tecnologia que reuniu mais de 20.000 pessoas, a Bem Legal mostrou soluções como a realização de testamento online e registro de diretivas antecipadas de vontade, documento onde ficam registrados os desejos do indivíduo em relação a cuidados e providências caso ele não possa se manifestar.
Pela plataforma também é possível deixar mensagens para familiares e amigos e especificar, por exemplo, quem seriam os novos tutores para os pets que ficassem órfãos. Todos os documentos podem ser alterados diversas vezes pelo cliente, ao longo da vida.
Mariana Mello é jornalista e fundadora da Alma, agência especializada em conteúdo para marcas em plataformas digitais e audiovisuais. Aos 37 anos, decidiu se especializar em Gerontologia Social pela PUC-SP em 2018. Hoje, aos 43, faz pós-graduação em Gerontologia no Hospital Israelita Albert Einstein e dedica-se a projetos de conteúdo para marcas e empresas voltados ao viver mais, além de palestras e consultorias sobre comunicação e longevidade. Atuou como Diretora de Conteúdo e Comunicação Interna da agência Ideal H+K Strategies (WPP) e fez parte de veículos de comunicação da grande imprensa. Atualmente cria projetos de conteúdo para empresas como Dasa, Ambipar, Maturi, Spark:off, Zenklub, Infographic Company, Sesc e Portal do Envelhecimento e Longeviver. mariana@maturidades.com.br
Conteúdo produzido por humanos
Reportagem | Marcela Cunha e Pedro Braga/Alma
Tecnologia | Ivan Carlos
Imagens | Freepik e Reprodução
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