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Ed. #15 | População 85+ deve dobrar no Reino Unido: como fica o sistema de saúde?

Nos próximos 25 anos, o número de pessoas acima dos 85 anos no Reino Unido vai dobrar. Esse é o dado que anuncia um possível colapso do sistema público de saúde atual. 

Segundo reportagem publicada na revista The Economist, a saúde absorve a maior parte dos gastos do governo britânico. De cada libra que o estado gasta em serviços públicos, 38 centavos são destinados ao United Kingdom National Health Service (NHS), que seria equivalente ao nosso Sistema Único de Saúde, o SUS. O problema não é a falta de orçamento. 

Os investimentos do NHS têm sido focados em hospitais, principalmente para tratamento de condições decorrentes de comorbidades, como diabetes e pressão alta. Na contramão, as despesas com prevenção e atenção primária caíram de 11% para 8% em menos de duas décadas.

Diferentes modelos de reformas têm sido discutidos. Uma delas é mudar o sistema de financiamento para um modelo baseado em seguro social, semelhante ao da França e da Alemanha. Mas, conforme explica a reportagem, os britânicos são relutantes em abandonar o modelo atual, que é gratuito e financiado por impostos. 

Fato é que a Organização Mundial de Saúde já admite a existência de uma relação direta entre a transição demográfica e a epidemiológica: o aumento da longevidade deve expor as falhas dos sistemas de saúde. E isso vale para todos os países. Considerando que dentro de poucos anos o Brasil terá a quinta maior população idosa do mundo, o que será do SUS? 

Dados da OMS mostram que investir US$ 1 por pessoa na prevenção de doenças pode salvar 7 milhões de vidas no mundo todo. Tanto o SUS quanto o NHS, alocando recursos de saúde para iniciativas como educação sobre hábitos saudáveis, imunização, rastreamento de doenças e atenção primária, podem reduzir a incidência de doenças e melhorar significativamente o serviço prestado à população. 



Solidão faz tão mal quanto fumar 15 cigarros por dia 

Estudo divulgado pelo National Center for Biotechnology Information, órgão do governo dos Estados Unidos que fornece acesso a informações biomédicas e genômicas, indica que pessoas com muitos amigos e relacionamentos amorosos têm menores taxas de hipertensão, obesidade, diabetes e possivelmente até câncer, em relação a indivíduos que vivem de maneira mais solitária. Ou seja: cultivar um círculo social significativo faz bem à saúde.

O departamento de saúde do governo americano divulgou recentemente um relatório afirmando que a solidão atingiu níveis epidêmicos, com uma estatística destacando que a falta de conexão social pode aumentar o risco de morte prematura tanto quanto fumar 15 cigarros por dia. É importante ressaltar que a longevidade é influenciada por diversos fatores, incluindo genética, estilo de vida, cuidados de saúde adequados e outros aspectos do bem-estar. 


#DIZEM

“Uma mulher de 65 anos é uma consumidora de moda. Normalmente, a pessoa de mais idade é tirada dessa realidade. Não existe mais isso de ‘terceira idade’. Nós fazemos parte dessa roda que gira todos os dias, em todo lugar.”

Silvia Pfeifer, atriz e modelo, que desfilou na edição mais recente da São Paulo Fashion Week (Foto: Reprodução/Instagram)



81 anos e 143 países: de bike  

Você mudaria toda a sua vida para se dedicar a uma paixão? Não estamos falando de uma história de amor tradicional, mas sim do amor entre um homem e uma bicicleta. O australiano Tilmann Waldthaler ainda era confeiteiro na cidade de Darwin, em 1970, quando encontrou um ciclista belga que estava viajando pelo mundo e se inspirou no seu estilo de vida. 

A aventura começou pequena, em 1977 quando, aos 35 anos, decidiu ir da cidade onde morava até Sidney – um trajeto de 6 mil quilômetros. Após o êxtase da primeira conquista, escolheu desafios ainda maiores: viajou por 48 meses entre a Antártica e a região do Ártico sobre duas rodas, passando por países como Índia, Paquistão, Turquia, Itália, Suécia e Noruega, pedalou do Alasca a Patagônia e ainda cruzou o Saara, onde conheceu sua esposa, uma viajante alemã. 

Fazendo da bike sua própria casa, Tilmann acampava ao longo do caminho e trabalhou ao longo dos trajetos para se sustentar. Nas últimas quase 5 décadas, pedalou por 143 países. Aos 81 anos, ainda não tem a próxima viagem internacional planejada, mas pedala todos os dias com a esposa. “Fizemos tantas viagens bonitas que, hoje, não temos mais urgência para viajar. Aprendemos a nos contentar com pouco, comer bem e aproveitar todos os dias.” Leia a reportagem do UOL na íntegra e confira fotos das viagens.

 Fotos: Arquivo Pessoal


Finitude é tema de peça de teatro em São Paulo

Como seria se falássemos sobre a morte abertamente no dia a dia, expondo nossos medos e fantasias? Na obra de teatro-documental dirigida por Flávia Melman, quatro homens que se aproximam da finitude dialogam juntos: um senhor de 80 anos, um palhaço portador de esclerose múltipla, um jovem viúvo de 40 anos e um coveiro. Em conversas marcadas por humor e sensibilidade, os personagens reais questionam-se sobre aspectos inerentes à vida, como a vulnerabilidade.

A Última Cena
De 23/6 a 22/7 | Sextas, às 20h; Sábados às 18h30 | Ingressos: R$ 30
Sesc Vila Mariana | Rua Pelotas, 141, São Paulo-SP
www.sescsp.org.br/unidades/vila-mariana


Mariana Mello é jornalista e fundadora da Alma, agência especializada em conteúdo para marcas em plataformas digitais e audiovisuais. Aos 37 anos, decidiu se especializar em Gerontologia Social pela PUC-SP em 2018. Hoje, aos 43, faz pós-graduação em Gerontologia no Hospital Israelita Albert Einstein e dedica-se a projetos de conteúdo para marcas e empresas voltados ao viver mais, além de palestras e consultorias sobre comunicação e longevidade. Parcerias e projetos: mariana@maturidades.com.br

Conteúdo produzido por humanos
Reportagem | Marcela Cunha e Pedro Braga/Alma
Tecnologia | Ivan Carlos
Imagens | Freepik e Divulgação

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