Uma curiosa notícia divulgada no Wales Online, portal jornalístico sediado no País de Gales, faz uma projeção de como estaria a qualidade de vida da boneca Barbie hoje. Tendo sido lançada em 1959, quando tinha 19 anos, Barbara Millicent Roberts teria 83 anos. A projeção foi criada pelo Midjourney, serviço de inteligência artificial que cria imagens a partir de descrições fornecidas pelo usuário, com a direção de profissionais especialistas em saúde e estilo de vida da empresa britânica TakingCare Personal Alarms.
Voltada apenas a aspectos da saúde física, a descrição cita, por exemplo, o fato de Barbie ter usado sapatos de salto por toda a vida – e isso teria um impacto negativo em sua coluna, prejudicando a postura, e também provocaria dores crônicas nos pés. A saúde da visão também seria impactada, fazendo com que a boneca necessitasse de óculos para seguir sua rotina independente, que envolve dirigir, passear e fazer as próprias compras no supermercado.
Outro dado sobre a Barbie madura é que, considerando as estatísticas do Reino Unido, hoje ela estaria viúva de Ken e integraria os 1,4 milhão de idosos britânicos que enfrentam a solidão. A simulação de IA poderia ter considerado aspectos não-médicos relacionados à qualidade de vida na maturidade, como a presença de amigas – Barbie tem muitas, lembra das festas na piscina? –, a vida social intensa, a leveza e o bom humor.
EXTRA | Aos 60, que Barbie é você?
Com recorde de bilheteria mundial, o filme dirigido por Greta Gerwig estrelado por Margot Robbie, foi o assunto da semana. É claro que as publicações e perfis em redes sociais que abordam a longevidade aproveitaram a oportunidade de explorar o tema.
Entre os conteúdos mais divertidos que mapeamos, selecionamos o do Infinito.etc, movimento que propõe conversas e reflexões sobre viver e morrer. No post, feito em parceria com o perfil Quebrando o Tabu, eles perguntam: que Barbie seria você aos 60 anos?
#DIZEM
Empresas no Japão criam benefícios para reter profissionais maduros
Menos pressão no trabalho, programas de aposentadoria flexível, adequações na tabela salarial e, por meio de oportunidades específicas, estímulo para que todos os funcionários permaneçam nas empresas até os 60 anos de idade. Na contramão do que se lê a respeito da expulsão de pessoas mais velhas do mercado de trabalho, estas são algumas das medidas que têm sido adotadas pelo empresariado japonês, de acordo com reportagem publicada no jornal Valor Econômico.
Uma das nações mais longevas do mundo, o Japão conquistou uma expectativa de vida média da população que está hoje na marca dos 84 anos, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. O país tem hoje cerca de 16 milhões de habitantes, sendo 30% dessa população acima dos 65 anos de acordo com o Banco Mundial. Projeções de futuro mostram que, nesse ritmo, o país enfrentará a escassez de 11 milhões de trabalhadores até 2040.
“Não é fácil conseguir talentos e há uma necessidade urgente de utilizar ainda mais os talentos seniores”, disse ao Valor um gerente de recursos humanos da multinacional Sumitomo Chemical, sediada em Tóquio. A reportagem completa, exclusiva para assinantes, pode ser lida aqui.
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Mobiliários urbanos estimulam bate-papo para driblar a solidão
Iniciativas de mobiliário urbano mundo afora têm mostrado uma causa em comum: estimular o contato humano e o bate-papo entre desconhecidos nos espaços públicos, como uma das formas de driblar a solidão. No Reino Unido, bancos de praça batizados como Feliz Por Conversar. São assentos em parques, praças e calçadas onde está escrita a mensagem: “Sente-se aqui se você não se importa de alguém parar para dizer alô”.
Na Polônia, o “gadulawka”, como é chamado, traz dizeres parecidos em três idiomas: polonês, hebraico e inglês. No Zimbabwe, os Bancos da Amizade têm ganhado repercussão na imprensa internacional, como a reportagem publicada no The Boston Globe.
No caso africano, os bancos são utilizados para sessões terapêuticas: agentes de saúde recebem um treinamento básico em terapia cognitivo-comportamental não apenas para dialogar com cidadãos, como ajudá-los a identificar causas de ansiedade ou depressão.
Reality show de namoro tem noivo de 71 anos
No ar há mais de 20 anos sem interrupção, o programa The Bachelor (bachelor é o termo em português equivalente a ‘solteirão’) é um verdadeiro clássico da ABC, uma das maiores emissoras norte-americanas. A temporada 2023, que estreia em dia 1 de setembro, deve ser histórica: pela primeira vez, será voltada ao público de pessoas mais velhas.
O programa sempre conta a história de um homem solteiro – o típico bom partido – que é apresentado a mulheres interessadas. Ao longo dos episódios, o rapaz tem a oportunidade de sair, conversar e selecionar as favoritas. Até que se chega à “escolhida” e assim vivem felizes para sempre, sendo “para sempre” ao menos o final do último episódio e as semanas subsequentes. Desde 2002, só três casais de fato permaneceram juntos.
Clichês e padrões estéticos de maturidade à parte, a nova temporada joga luz sobre o tabu do amor e do sexo após os 60 anos. “Há pouca representação do amor sênior em Hollywood e acho que vai ser emocionante se for bem feito”, disse Dave Neal, apresentador do podcast diário Bachelor Rush Hour, ao jornal Washington Post.
O noivo em questão é Gerry Turner, 71 anos, aposentado, dono de um restaurante em Indiana e viúvo desde 2017. Ele se relacionará com pretendentes solteiras, divorciadas e viúvas, todas com algo em comum: idade acima de 65 anos.
“Programas assim são muito importantes para quebrar as barreiras sociais em torno do namoro de idosos. Pessoas com mais de 50 anos encontram o amor todos os dias”, afirma Kate Taylor, coach de namoro do aplicativo de namoro OurTime, voltado a usuários maiores de 50 anos.
Sobre Maturidades
Maturidades é uma iniciativa de conteúdo 100% independente. Idealizada pela jornalista Mariana Mello, fundadora também da agência Alma Content, tem como missão trazer narrativas, notícias e insights sobre cultura de maturidade. Dedicada a projetos de branded content, Mariana tem curso de extensão em Gerontologia Social pela PUC-SP (2018) e atualmente cursa pós-graduação em Gerontologia no Hospital Israelita Albert Einstein. Parcerias, projetos e talks: mariana@maturidades.com.br